domingo, 31 de agosto de 2014

Estamos perdendo nossa capacidade de ouvir?

Está cada vez mais difícil propor um debate aberto e democrático na redes sociais sem que a conversa descambe para a troca de ofensas ou uma confusa mistura de slogans vazios. Não se trata de falta de conteúdo, apenas, trata-se, também, de falta de tolerância com a diversidade de opiniões. Discordar não significa ser inimigo. 

Muitas vezes o que une as pessoas neste debate acalorado e agressivo é a escolha de um alvo único: os homossexuais, os ativistas de direitos humanos, as feministas, etc. Não importa a coerência e a lógica do discurso, desde que as opiniões reforcem a posição de defesa do status quo, em favor do papel do opressor/dominador. 

O uso de palavrões, ofensas e frases de efeito, ou, quando muito, argumentos com pouca conexão lógica, revelam a pobreza do discurso intolerante. Há a ideia de que alguém deve sair vencedor do debate. Ora, se todos quisermos conviver pacificamente, deveríamos combinar que o propósito principal de todo o debate deveria ser o de chegar-se a um consenso, por mais que as vezes isso seja uma tarefa árdua. 

Pelo contrário, para uma parte dos debatedores o objetivo é subjugar sua opinião, reforçando, com isso, a ideia de uma sociedade estratificada, dominada pela lógica opressores/oprimidos. Por isso, o debate tolerante e com diferentes opiniões é a principal forma de combater o pensamento único, tão danoso ao desenvolvimento do ser humano.

A última presepada de Marina.

Após divulgar programa que defendia a aprovação de lei e outras medidas em favor da comunidade LGBT, Marina Silva resolveu voltar atrás e retroceder. Certamente pesou para a sua mudança de programa o descontentamento dos evangélicos, especialmente após os comentários reprovadores do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus. A falta de clareza de Marina tem deixado analistas confusos. Será que, tão vulnerável às opiniões externas, Marina Silva está preparada para suportar as pressões intrínsecas ao cargo de Presidente da República?

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Mãos ao alto, não atire!

Duas mãos levantadas para o ar é um gesto clássico de rendição à autoridade. Mas os manifestantes em Ferguson, Missouri, o transformaram em um símbolo de desafio e um grito de guerra: "Mãos ao alto, não atire!" Michael Brown, um adolescente negro desarmado, foi morto a tiros por um policial no sábado, 9 de agosto, no subúrbio de St. Louis. Testemunhas dizem que quando os últimos tiros foram disparados, Brown estava com as mãos para cima. Desde então, muitos dos moradores negros de Ferguson vem demonstrando sua frustração, raiva e tristeza em uma variedade de protestos, corajosamente enfrentando uma forte presença policial, intimidando com as mãos no ar. E assim, o gesto de submissão que a polícia muitas vezes obriga aos civis tornou-se um gesto de desafio. Estas fotografias oferecem um vislumbre de como o "mãos para cima, não atire" definem as manifestações de Ferguson.

Lauren Williams

















Fonte: Vox

Morte de adolescente negro baleado por policial causa revolta em Ferguson, EUA.

Aos gritos de "Sem justiça, sem paz" centenas de pessoas saíram às ruas de Ferguson, cidade do Estado de Missouri, nos Estados Unidos. Uma série de protestos se sucederam após a morte de um jovem negro chamado Michael Brown, em 9 de agosto. O jovem de 18 anos estava acompanhado de um amigo quando foi assassinado por um policial, apesar de a vítima e seu colega estarem desarmados. À noite, a polícia do local vem tendo dificuldades para controlar os saques.

Michael Brown