domingo, 31 de agosto de 2014

Estamos perdendo nossa capacidade de ouvir?

Está cada vez mais difícil propor um debate aberto e democrático na redes sociais sem que a conversa descambe para a troca de ofensas ou uma confusa mistura de slogans vazios. Não se trata de falta de conteúdo, apenas, trata-se, também, de falta de tolerância com a diversidade de opiniões. Discordar não significa ser inimigo. 

Muitas vezes o que une as pessoas neste debate acalorado e agressivo é a escolha de um alvo único: os homossexuais, os ativistas de direitos humanos, as feministas, etc. Não importa a coerência e a lógica do discurso, desde que as opiniões reforcem a posição de defesa do status quo, em favor do papel do opressor/dominador. 

O uso de palavrões, ofensas e frases de efeito, ou, quando muito, argumentos com pouca conexão lógica, revelam a pobreza do discurso intolerante. Há a ideia de que alguém deve sair vencedor do debate. Ora, se todos quisermos conviver pacificamente, deveríamos combinar que o propósito principal de todo o debate deveria ser o de chegar-se a um consenso, por mais que as vezes isso seja uma tarefa árdua. 

Pelo contrário, para uma parte dos debatedores o objetivo é subjugar sua opinião, reforçando, com isso, a ideia de uma sociedade estratificada, dominada pela lógica opressores/oprimidos. Por isso, o debate tolerante e com diferentes opiniões é a principal forma de combater o pensamento único, tão danoso ao desenvolvimento do ser humano.

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