quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

A perniciosa onda anti-partidária (fascista) de junho de 2013.

Em junho de 2013, no auge das manifestações, o Brasil foi invadido por uma onda nacionalista. Pessoas sem nenhum interesse por política ou por questões sociais de repente se engajaram nos protestos. Muitos iam sem saber muito a razão, se portavam como se estivessem indo para um evento social, um show ou um desfile de carnaval. No seio do movimento surgiu o anti-partidarismo, expressando ódio contra as bandeiras de partidos de esquerda como PT e PSTU. O movimento tomou ares de fascismo, só a bandeira brasileira era aceita, nenhum movimento de esquerda, nenhum partido político, nenhuma entidade representativa podia ser tolerada. Se nos tempos da ditadura a repressão se fez pelas mãos dos militares, em junho de 2013 foi a população que foi às ruas que reprimiu os movimentos de esquerda. Aqueles movimentos que mais lutaram por avanços sociais nas últimas décadas, a UNE (União Nacional dos Estudantes), a CUT (Central Única dos Trabalhadores), dentre outros movimentos de esquerda, foram hostilizados nas ruas de diversas cidades por manifestantes, em sua maioria, de pouco ou nenhum engajamento político. A onda de perseguição foi insuflada por reacionários e fascistas, os quais sabiam bem a violência que iriam provocar. O vandalismo também recrudesceu à medida que a polícia foi incapaz de controlar os milhares que iam às ruas, alguns deles muito exaltados e dispostos a depredar o patrimônio público e privado e a praticar delitos. O movimento, descrito pela mídia como espontâneo e popular, foi largamento incentivado através da internet por grupos e páginas de redes sociais, especialmente do Facebook. Páginas como a do Anonymous Brasil, e outras de grupos de extrema direita, alimentaram diariamente a rede social com postagens que incentivavam os brasileiros a irem às ruas. 

Em nota, o Movimento Passe Livre, o mesmo que deu início às manifestações de junho de 2013, as quais inicialmente se restringiram à questão da qualidade do transporte público e ao aumento das passagens, repudiou a violência contra os movimentos e partidos de esquerda. 

Confira a nota completa:
"O Movimento Passe Livre (MPL) foi às ruas contra o aumento da tarifa. A manifestação de hoje faz parte dessa luta: além da comemoração da vitória popular da revogação, reafirmamos que lutar não é crime e demonstramos apoio às mobilizações de outras cidades. Contudo, no ato de hoje presenciamos episódios lamentáveis de violência contra a participação de diversos grupos.

O MPL luta por um transporte verdadeiramente público, que sirva às necessidades da população e não ao lucro dos empresários. Assim, nos colocamos ao lado de todos que lutam por um mundo para os debaixo e não para o lucro dos poucos que estão em cima. Essa é uma defesa histórica das organizações de esquerda, e é dessa história que o MPL faz parte e é fruto.


O MPL é um movimento social apartidário, mas não antipartidário. Repudiamos os atos de violência direcionados a essas organizações durante a manifestação de hoje, da mesma maneira que repudiamos a violência policial. Desde os primeiros protestos, essas organizações tomaram parte na mobilização. Oportunismo é tentar excluí-las da luta que construímos juntos.

Toda força para quem luta por uma vida sem catracas."
MPL-SP

Abaixo os links de alguns vídeos sobre a violência e a intolerância nos protestos de junho de 2013:

Nenhum comentário:

Postar um comentário