sexta-feira, 28 de junho de 2013

Enquanto isso, nas páginas amarelas...

 “[...] O verdadeiro partido de oposição é a mídia nativa. Como tal age, à vontade diante da condescendência de um governo incapaz de reagir à altura, por motivos desconhecidos, às agressões diuturnas.

Parece até vocação mulher de apache na sua inspirada exibição na Place Pigalle. Perfeito no papel de ministro do plim-plim, Paulo Bernardo. Nas páginas amarelas da já citada edição histórica da Veja, o ministro aparece, com direito a foto em pose de varão Plutarco, para anunciar o propósito de acabar de vez com a ‘obsessão do PT de censurar a imprensa’. Quem sabe o nosso herói seja apartidário. 

Ora, ora, o ministro endossa a tese da mídia nativa, e lhe oferece o indispensável apoio, enquanto a Secom, entidade inexistente em países mais democráticos e civilizados, distribui à mídia a publicidade governista com generosidade invulgar, especialmente às Organizações Globo, premiadas anualmente com mais de 900 milhões de reais.

A liberdade reclamada pelo jornalista pátrio é a liberdade de fazer o que bem entende, inclusive inventar, omitir e mentir. E o que diz Paulo Bernardo? Que assim seja. Interessante observar que na última página da mesma edição da nau capitânia da frota abriliana leio a seguinte interpretação das passeatas: ‘O povo está dizendo que este governo de farsa montado por Lula há mais de dez anos rouba, mente, desperdiça, não trabalha, trapaceia, entrega-se aos escroques, cobra cada vez mais imposto e fornece serviços públicos vergonhosos’. Suponho que, na opinião de Veja, o governo de Fernando Henrique tenha trafegado por rotas opostas e fornecido ao povo serviços públicos primorosos. [..]”

por Mino Carta

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